
Nos pátios atônitos de cérebros humanos
As formigas do tempo gastam suas horas de metal
Cavando galerias de nada, vazio e espera
E a aranha do esquecimento tece a sua teia silenciosa...
Entre tampas de vidro coloridos,
fotos antigas e pedaços de carta rasgados
e pequenos poemas de poetas menores
Atirados fora nos lixos da cidade
Tudo é imune, tudo é pupila e brilha no olho da luz.
Mas ainda assim, onde tempo corrói por baixo
Os pilares do espaço onde me fundo
E de onde extraio meus ossos e meus sonhos
- meramente ouço gotas-palavras ...
Onde há esse rufar de tempo estranho
em que não me sei
e em que me sonho.
E nessa mínima raiz de escrita
poetar sem pressa e sem substância:
o extravio de horas já gastas
na insensatez de andar aderido ao silêncio das palavras
e ao grito dos que nunca tiveram uma voz.
Marcello Pelotas/RS (terça-feira: 23h 20 min)
18/6/2008 21:17
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