As palavras são como vinho, é preciso beber para sabê-las. Mas, não é tão simples, é preciso antes aprender a bebê-las, degustá-las,descobrir os seus becos, seus meandros, seus aromas secretos de palavras, saber esperar a sua hora minúscula, oculta, seus caramelos congelados que esperam a chegada da primavera para transformar-se de novo em palavras pétreas e poder significar.

domingo, 14 de junho de 2009

Acostúmbrate


Acostúmbrate a ver detrás de mí la sombra 
y que tus manos salgan del rencor, transparentes, 
como si en la mañana del mar fueran creadas: 
la sal te dio, amor mío, proporción cristalina. 

La envidia sufre, muere, se agota con mi canto. 
Uno a uno agonizan sus tristes capitanes. 
Yo digo amor, y el mundo se puebla de palomas. 
Cada sílaba mía trae la primavera. 

Entonces tú, florida, corazón, bienamado, 
sobre mis ojos como los follajes del cielo 
eres, y yo te miro recostado en la tierra. 

Veo el sol trasmigrar racimos a tu rostro, 
mirando hacia la altura reconozco tus pasos. 
Bienvenido amor de mi vida ** 


Pablo Neruda.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivo do blog

Quem sou eu

Minha foto
Pelotas, RS, Brazil
Quem sou eu? Pois começo a pensar: como Leolo, não o sou, porque eu sonho. Parce que moi, je rêve. Je ne le suis pas. Abdico do reinado de ser para estar um rio: um poderoso rio castanho, taciturno, indômito e intratável... O aroma das uvas sobre a mesa de outono. O seu estuário onde a estrela-do-mar, o caranguejo e o espinhaço da baleia são arremessados para a pulsação da terra. Tudo tange e vibra. Fora isso, há esse tempo de agora, ex nihilo, mastigando algum pedaço de silêncio enquanto a poesia vibra. Desse mim, não há muito o que dizer, mas certamente há muito o que inventar.

Seguidores