As palavras são como vinho, é preciso beber para sabê-las. Mas, não é tão simples, é preciso antes aprender a bebê-las, degustá-las,descobrir os seus becos, seus meandros, seus aromas secretos de palavras, saber esperar a sua hora minúscula, oculta, seus caramelos congelados que esperam a chegada da primavera para transformar-se de novo em palavras pétreas e poder significar.

domingo, 26 de junho de 2011

Confissão





Não amei bastante meu semelhante,
não catei o verme nem curei a sarna.
Só proferi algumas palavras,
melodiosas, tarde , ao voltar da festa.

Dei sem dar e beijei sem beijo.
(Cego é talvez quem esconde os olhos
embaixo do catre.) E na meia-luz
tesouros fanam-se, os mais excelentes.

Do que restou, como compor um homem
e tudo o que ele implica de suave,
de concordâncias vegetais, múrmurios
de riso, entrega, amor e piedade?

Não amei bastante sequer a mim mesmo,
contudo próximo. Não amei ninguém.
Salvo aquele pássaro -vinha azul e doido-

que se esfacelou na asa do avião.

Carlos Drummond de Andrade

Passagem da Noite

   É noite. Sinto que é noite não porque a sombra descesse (bem me importa a face negra) mas porque dentro de mim, no fundo de mim, o grito se calou, fez-se desânimo. Sinto que nós somos noite, que palpitamos no escuro e em noite nos dissolvemos. Sinto que é noite no vento, noite nas águas, na pedra. E que adianta uma lâmpada? E que adianta uma voz? E noite no meu amigo. É noite no submarino. É noite na roça grande. É noite, não é morte, é noite de sono espesso e sem praia. Não é dor, nem paz, é noite, é perfeitamente a noite. Mas salve, olhar de alegria! E salve, dia que surge! Os corpos saltam do sono, o mundo se recompõe. Que gozo na bicicleta! Existir: seja como for. A fraterna entrega do pão. Amar: mesmo nas canções. De novo andar: as distâncias, as cores, posse das ruas. Tudo que à noite perdemos se nos confia outra vez. Obrigado, coisas fiéis! Saber que ainda há florestas, sinos, palavras; que a terra prossegue seu giro, e o tempo não murchou; não nos diluímos. Chupar o gosto do dia! Clara manhã, obrigado,

o essencial é viver!

Carlos Drummond de Andrade

em "A Rosa do Povo" (entre 1943 e 1945)

Áporo





Um inseto cava
cava sem alarme
perfurando a terra
sem achar escape. 

Que fazer, exausto,
em país bloqueado,
enlace de noite
raiz e minério? 

Eis que o labirinto
(oh razão, mistério)
presto se desata:em verde, sozinha,
antieuclidiana,

uma orquídea forma-se

Carlos Drummond de Andrade

in "A Rosa do Povo" (entre 1943 e 1945)

sábado, 11 de junho de 2011

DA SOLIDÃO




Inquieta chuva, inquieta me dispersa,
esquecida a tradição e o cansado som. 

Dentro e fora de mim tudo é deserto 
como se as ervas fossem arrancadas 
ou se esgotasse a dor por que se chora.

Na grande solidão me basta, e a contemplo 
para o sonho interior que me resolve! 

Tão fácil é esperar, que já nem sinto 
o que vem a dormir ou a morrer
na mesma angústia que
o silêncio envolve. 


Maria Alberta Menéres

“... E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente.
Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros.
Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram.
Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."

Excerto de 'De noite'
- Miguel Sousa Tavares
em “Não te deixarei morrer David Crockett"





Eu amo a noite com seu manto escuro
De tristes goivos coroada a fronte
Amo a neblina que pairando ondeia
Sobre o fastígio de elevado monte.

Amo nas plantas, que na tumba crescem,
De errante brisa o funeral cicio:
Porque minh’alma, como a sombra, é triste,
Porque meu seio é de ilusões vazio.

Amo a desoras sob um céu de chumbo,
No cemitério de sombria serra,
O fogo-fátuo que a tremer doideja
Das sepulturas na revolta terra.

Amo ao silêncio do ervaçal partido
De ave noturna o funerário pio,
Porque minh’alma, como a noite, é triste,
Porque meu seio é de ilusões vazio.

Amo do templo, nas soberbas naves,
De tristes salmos o troar profundo;
Amo a torrente que na rocha espuma
E vai do abismo repousar no fundo.

Amo a tormenta, o perpassar dos ventos,
A voz da morte no fatal parcel,
Porque minh’alma só traduz tristeza,
Porque meu seio se abrevou de fel.

Amo o corisco que deixando a nuvem
O cedro parte da montanha, erguido,
Amo do sino, que por morto soa,
O triste dobre na amplidão perdido.

Amo na vida de miséria e lodo,
Das desventuras o maldito seio,
Porque minh’alma se manchou de escárnios,
Porque meu seio se cobriu de gelo.

Amo o furor do vendaval que ruge,
Das asas negras sacudindo o estrago;
Amo as metralhas, o bulcão de fumo,
De corvo as tribos em sangrento lago.

Amo do nauta o doloroso grito
Em frágil prancha sobre mar de horrores,
Porque meu seio se tornou de pedra,
Porque minha’alma descorou de dores.

O céu de anil, a viração fagueira,
O lago azul que os passarinhos beijam,
A pobre choça do pastor no vale,
Chorosas flores que ao sertão vicejam,

A paz, o amor, a quietação e o riso
A meus olhares não têm mais encanto,
Porque minh’alma se despiu de crenças,
E do sarcasmo se embuçou no manto.

Fagundes Varela
In ‘Vozes da América’ (1864)

Déjeuner du matin






Il a mis le café
Dans la tasse
Il a mis le lait
Dans la tasse de café
Il a mis le sucre
Dans le café au lait
Et il a reposé la tasse
Sans me parler
Il a allumé
Une cigarette
Il a fait des ronds
Avec la fumee
Il a mis les cendres
Dans le cendrier
Sans me parler
Sans me regarder
Il s'est levé
Il a mis
Son chapeau sur sa tête
Il a mis
Son manteau de pluie
Parce qu'il pleuvait
Et il est parti
Sous la pluie
Sans une parole
Sans me regarder
Et moi j'ai pris
Ma tête dans ma main

Et j'ai pleuré.

Jacques Prévert





Eu sei que o meu desespero não interessa a ninguém.
Cada um tem o seu, pessoal e intransmissível; 
com ele se entretém
e se julga intangível.

 Eu sei que a Humanidade é mais gente do que eu, 
sei que o Mundo é maior do que o bairro onde habito, 
que o respirar de um só, mesmo que seja o meu,
não pesa num total que tende para infinito.

 Sei que as dimensões impiedosas da Vida 
ignoram todo o homem, dissolvem-no, e, contudo,
nesta insignificância, gratuita e desvalida, 
Universo sou eu, com nebulosas e tudo.
  
António Gedeão

FIN DE INVIERNO




Cantan, cantan. 
¿Dónde cantan los pájaros que cantan? 

Llueve y llueve. Aún las casas 
están sin ramas verdes. Cantan, cantan 
los pájaros. ¿En dónde cantan 
los pájaros que cantan? 

No tengo pájaros en jaula. 
No hay niños que los vendan. Cantan. 
El valle está muy lejos. Nada... 

Nada. Yo no sé dónde cantan 
los pájaros (y cantan, cantan) 
los pájaros que cantan.

Juan Ramón Jiménez

EL OTOÑADO





Estoy completo de naturaleza, 
en plena tarde de áurea madurez, 
alto viento en lo verde traspasado. 
Rico fruto recóndito, contengo 
lo grande elemental en mí (la tierra, 
el fuego, el agua, el aire), el infinito. 

Chorreo luz: doro el lugar oscuro, 
trasmito olor: la sombra huele a dios, 
emano son: lo amplio es honda música, 
filtro sabor: la mole bebe mi alma, 
deleito el tacto de la soledad. 

Soy tesoro supremo, desasido, 
con densa redondez de limpio iris, 
del seno de la acción. Y lo soy todo. 
Lo todo que es el colmo de la nada, 
el todo que se basta y que es servido 
de lo que todavía es ambición.


Juan Ramón Jiménez

ADOLESCENCIA




En el balcón, un instante 
nos quedamos los dos solos. 
Desde la dulce mañana 
de aquel día, éramos novios. 
—El paisaje soñoliento 
dormía sus vagos tonos, 
bajo el cielo gris y rosa 
del crepúsculo de otoño.— 
Le dije que iba a besarla; 
bajó, serena, los ojos 
y me ofreció sus mejillas, 
como quien pierde un tesoro. 
—Caían las hojas muertas, 
en el jardín silencioso, 
y en el aire erraba aún 
un perfume de heliotropos.— 

No se atrevía a mirarme; 
le dije que éramos novios, 
...y las lágrimas rodaron 
de sus ojos melancólicos.


Juan Ramón Jiménez

Juan Ramón Jiménez



Juan Ramón Jiménez

Moguer, Huelva, 1881 - San Juan de Porto Rico, 1958

 

Poeta espanhol. Foi em 1900 para Madrid, onde se ligou aos poetas modernistas. A partir da eclosão da guerra civil espanhola (1936-39) viveu nos Estados Unidos, Argentina, Cuba e Porto Rico. Juan Ramón Jiménez teve o grande mérito de ter evoluído, a partir do modernismo, para um novo tipo de poesia. Efectivamente, os seus primeiros livros (Arias tristes, 1903, Jardines lejanos, 1905) têm a ver com o modernismo, enquanto Espacio, um longo trecho poético escrito nos seus últimos anos, de uma prodigiosa beleza na expressão de vivências metafísicas, é prova da construção de um completo universo lírico.  

A sua obra mais conhecida, Platero e Eu (Platero y yo,1914), data de uma época de relativa maturidade. Trata-se de uma elegia em prosa em que o poeta faz as suas confidências a um burro. Nos seus últimos anos, expatriado na América, o despojamento ornamental dos seus poemas atingiu o apogeu, chegando o poeta a uma expressividade de uma extraordinária tensão lírica. Em 1956 foi-lhe atribuído o Prémio Nobel da Literatura.

Fonte: http://www.vidaslusofonas.pt/juan_ramon_jimenez.htm

El viaje definitivo






…Y yo me iré. Y se quedarán los pájaros
cantando;
y se quedará mi huerto, con su verde árbol,
y con su pozo blanco.

Todas la tardes, el cielo será azul y plácido;
y tocarán, como esta tarde están tocando, 
las campanas del campanario.

Se morirán aquellos que me amaron;
y el pueblo se hará nuevo cada año;
y en el rincón aquel de mi huerto florido y encalado.
mi espíritu errará, nostálgico…

Y yo me iré; y estaré solo, sin hogar, sin árbol
verde, sin pozo blanco,
sin cielo azul y plácido…
Y se quedarán los pájaros cantando.
 

Poemas agrestes (1910-1911)
Juan Ramón Jiménez




Este é o orvalho dos teus olhos.
Esta é a rosa dos teus vales.
O silêncio dos olhos está no silêncio das rosas.
Tu estás no meio,
entre a dor e o espanto da treva.
Arrancas-te ao mundo e és a perfumada
distância do mundo.
Chego sem saber, à beira dos séculos.
Despenho-me nos teus lagos quando para ti
canta o cisne mais triste.
O pólen esvoaça no meu peito, junto às tuas
nuvens.
Esta é a canção do teu amor.
Esta é a voz onde vive a tua canção.
As tuas lágrimas passam pela minha terra
a caminho do mar.

José Agostinho Baptista 

quarta-feira, 8 de junho de 2011

CAPÍTULO XXI


Fue entonces que apareció el zorro: 

- Buen día - dijo el zorro. 

- Buen día – respondió cortésmente el principito, que se dio vuelta pero no vio a nadie. 

- Estoy aquí – dijo la voz –, bajo el manzano...

- Quién eres ? – dijo el principito. – Eres muy bonito... 

- Soy un zorro – dijo el zorro. 

- Ven a jugar conmigo – le propuso el principito. – Estoy tan triste... 

- No puedo jugar contigo – dijo el zorro. – No estoy domesticado. 

- Ah! perdón – dijo el principito. 

Pero, después de reflexionar, agregó: 

- Qué significa "domesticar" ? 

- No eres de aquí – dijo el zorro –, qué buscas ? 

- Busco a los hombres – dijo el principito. – Qué significa "domesticar" ? 

- Los hombres – dijo el zorro – tienen fusiles y cazan. Es bien molesto ! También crían gallinas. Es su único interés. Buscas gallinas ? 

- No – dijo el principito. – Busco amigos. Qué significa "domesticar" ? 

- Es algo demasiado olvidado – dijo el zorro. – Significa "crear lazos..." 

- Crear lazos ? 

- Claro – dijo el zorro. – Todavía no eres para mí más que un niño parecido a otros cien mil niños. Y no te necesito. Y tú tampoco me necesitas. No soy para ti más que un zorro parecido a otros cien mil zorros. Pero, si me domesticas, tendremos necesidad uno del otro. Tú serás para mí único en el mundo. Yo seré para ti único en el mundo... 

- Comienzo a entender - dijo el principito. – Hay una flor... creo que me ha domesticado... 

- Es posible – dijo el zorro. – En la Tierra se ven todo tipo de cosas...

- Oh! no es en la Tierra – dijo el principito. 

El zorro pareció muy intrigado: 

- En otro planeta ? 

- Sí. 

- Hay cazadores en aquel planeta ? 

- No. 

- Eso es interesante ! Y gallinas ? 

- No. 

- Nada es perfecto – suspiró el zorro. 

Pero el zorro volvió a su idea: 

- Mi vida es monótona. Yo cazo gallinas, los hombres me cazan. Todas las gallinas se parecen, y todos los hombres se parecen. Me aburro, pues, un poco. Pero, si me domesticas, mi vida resultará como iluminada. Conoceré un ruido de pasos que será diferente de todos los demás. Los otros pasos me hacen volver bajo tierra. Los tuyos me llamarán fuera de la madriguera, como una música. Y además, mira ! Ves, allá lejos, los campos de trigo ? Yo no como pan. El trigo para mí es inútil. Los campos de trigo no me recuerdan nada. Y eso es triste ! Pero tú tienes cabellos color de oro. Entonces será maravilloso cuando me hayas domesticado ! El trigo, que es dorado, me hará recordarte. Y me agradará el ruido del viento en el trigo... 

El zorro se calló y miró largamente al principito: 

- Por favor... domestícame ! – dijo. 

- Me parece bien – respondió el principito -, pero no tengo mucho tiempo. Tengo que encontrar amigos y conocer muchas cosas. 

- Sólo se conoce lo que uno domestica – dijo el zorro. – Los hombres ya no tienen más tiempo de conocer nada. Compran cosas ya hechas a los comerciantes. Pero como no existen comerciantes de amigos, los hombres no tienen más amigos. Si quieres un amigo, domestícame ! 

- Qué hay que hacer ? – dijo el principito.

- Hay que ser muy paciente – respondió el zorro. – Te sentarás al principio más bien lejos de mí, así, en la hierba. Yo te miraré de reojo y no dirás nada. El lenguaje es fuente de malentendidos. Pero cada día podrás sentarte un poco más cerca... 

Al día siguiente el principito regresó. 

- Hubiese sido mejor regresar a la misma hora – dijo el zorro. – Si vienes, por ejemplo, a las cuatro de la tarde, ya desde las tres comenzaré a estar feliz. Cuanto más avance la hora, más feliz me sentiré. Al llegar las cuatro, me agitaré y me inquietaré; descubriré el precio de la felicidad ! Pero si vienes en cualquier momento, nunca sabré a qué hora preparar mi corazón... Es bueno que haya ritos. 

- Qué es un rito ? – dijo el principito. 

- Es algo también demasiado olvidado – dijo el zorro. – Es lo que hace que un día sea diferente de los otros días, una hora de las otras horas. Mis cazadores, por ejemplo, tienen un rito. El jueves bailan con las jóvenes del pueblo. Entonces el jueves es un día maravilloso ! Me voy a pasear hasta la viña. Si los cazadores bailaran en cualquier momento, todos los días se parecerían y yo no tendría vacaciones. 

Así el principito domesticó al zorro. Y cuando se aproximó la hora de la partida: 

- Ah! - dijo el zorro... - Voy a llorar. 

- Es tu culpa – dijo el principito -, yo no te deseaba ningún mal pero tú quisiste que te domesticara. 

- Claro – dijo el zorro. 

- Pero vas a llorar ! – dijo el principito. 

- Claro – dijo el zorro. 

- Entonces no ganas nada ! 

- Sí gano –dijo el zorro – a causa del color del trigo. 

Luego agregó: 

- Ve y visita nuevamente a las rosas. Comprenderás que la tuya es única en el mundo. Y cuando regreses a decirme adiós, te regalaré un secreto. 

El principito fue a ver nuevamente a las rosas: 

- Ustedes no son de ningún modo parecidas a mi rosa, ustedes no son nada aún – les dijo. – Nadie las ha domesticado y ustedes no han domesticado a nadie. Ustedes son como era mi zorro. No era más que un zorro parecido a cien mil otros. Pero me hice amigo de él, y ahora es único en el mundo. 

Y las rosas estaban muy incómodas. 

- Ustedes son bellas, pero están vacías – agregó. – No se puede morir por ustedes. Seguramente, cualquiera que pase creería que mi rosa se les parece. Pero ella sola es más importante que todas ustedes, puesto que es ella a quien he regado. Puesto que es ella a quien abrigué bajo el globo. Puesto que es ella a quien protegí con la pantalla. Puesto que es ella la rosa cuyas orugas maté (salvo las dos o tres para las mariposas). Puesto que es ella a quien escuché quejarse, o alabarse, o incluso a veces callarse. Puesto que es mi rosa. 

Y volvió con el zorro: 

- Adiós – dijo... 

- Adiós – dijo el zorro. – Aquí está mi secreto. Es muy simple: sólo se ve bien con el corazón. Lo esencial es invisible a los ojos. 

- Lo esencial es invisible a los ojos – repitió el principito a fin de recordarlo. 

- Es el tiempo que has perdido en tu rosa lo que hace a tu rosa tan importante. 

- Es el tiempo que he perdido en mi rosa... – dijo el principito a fin de recordarlo. 

- Los hombres han olvidado esta verdad – dijo el zorro. – Pero tú no debes olvidarla. Eres responsable para siempre de lo que has domesticado. Eres responsable de tu rosa... 

- Soy responsable de mi rosa... - repitió el principito a fin de recordarlo.

Aqui












Eu nunca disse que iria ser
A pessoa certa pra você
Mas sou eu quem te adora 
Se fico um tempo sem te procurar
É pra saudade nos aproximar
E eu já não vejo a hora

Eu não consigo esconder
Certo ou errado, eu quero ter você
Você sabe que eu não sei jogar 
Não é meu dom representar
Não dá pra disfarçar 
Eu tento aparentar frieza mas não dá
É como uma represa pronta pra jorrar
Querendo iluminar
A estrada, a casa, o quarto onde você está
Não dá pra ocultar
Algo preso quer sair do meu olhar
Atravessar montanhas e te alcançar
Tocar o seu olhar 
Te fazer me enxergar e se enxergar em mim

Aqui
Agora que você parece não ligar
Que já não pensa e já não quer pensar
Dizendo que não sente nada
Estou lembrando menos de você
Falta pouco pra me convencer
Que sou a pessoa errada

Eu não consigo esconder
Certo ou errado, eu quero ter você
Você sabe que eu não sei jogar 
Não é meu dom representar
Não dá pra disfarçar 
Eu tento aparentar frieza mas não dá
É como uma represa pronta pra jorrar
Querendo iluminar
A estrada, a casa, o quarto onde você está
Não dá pra ocultar
Algo preso quer sair do meu olhar
Atravessar montanhas e te alcançar
Tocar o seu olhar 

Te fazer me enxergar e se enxergar em mim

Antônio Villeroy / Ana Carolina

Quem sou eu

Minha foto
Pelotas, RS, Brazil
Quem sou eu? Pois começo a pensar: como Leolo, não o sou, porque eu sonho. Parce que moi, je rêve. Je ne le suis pas. Abdico do reinado de ser para estar um rio: um poderoso rio castanho, taciturno, indômito e intratável... O aroma das uvas sobre a mesa de outono. O seu estuário onde a estrela-do-mar, o caranguejo e o espinhaço da baleia são arremessados para a pulsação da terra. Tudo tange e vibra. Fora isso, há esse tempo de agora, ex nihilo, mastigando algum pedaço de silêncio enquanto a poesia vibra. Desse mim, não há muito o que dizer, mas certamente há muito o que inventar.

Seguidores