As palavras são como vinho, é preciso beber para sabê-las. Mas, não é tão simples, é preciso antes aprender a bebê-las, degustá-las,descobrir os seus becos, seus meandros, seus aromas secretos de palavras, saber esperar a sua hora minúscula, oculta, seus caramelos congelados que esperam a chegada da primavera para transformar-se de novo em palavras pétreas e poder significar.

sábado, 11 de junho de 2011

EL OTOÑADO





Estoy completo de naturaleza, 
en plena tarde de áurea madurez, 
alto viento en lo verde traspasado. 
Rico fruto recóndito, contengo 
lo grande elemental en mí (la tierra, 
el fuego, el agua, el aire), el infinito. 

Chorreo luz: doro el lugar oscuro, 
trasmito olor: la sombra huele a dios, 
emano son: lo amplio es honda música, 
filtro sabor: la mole bebe mi alma, 
deleito el tacto de la soledad. 

Soy tesoro supremo, desasido, 
con densa redondez de limpio iris, 
del seno de la acción. Y lo soy todo. 
Lo todo que es el colmo de la nada, 
el todo que se basta y que es servido 
de lo que todavía es ambición.


Juan Ramón Jiménez

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Quem sou eu

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Pelotas, RS, Brazil
Quem sou eu? Pois começo a pensar: como Leolo, não o sou, porque eu sonho. Parce que moi, je rêve. Je ne le suis pas. Abdico do reinado de ser para estar um rio: um poderoso rio castanho, taciturno, indômito e intratável... O aroma das uvas sobre a mesa de outono. O seu estuário onde a estrela-do-mar, o caranguejo e o espinhaço da baleia são arremessados para a pulsação da terra. Tudo tange e vibra. Fora isso, há esse tempo de agora, ex nihilo, mastigando algum pedaço de silêncio enquanto a poesia vibra. Desse mim, não há muito o que dizer, mas certamente há muito o que inventar.

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