As palavras são como vinho, é preciso beber para sabê-las. Mas, não é tão simples, é preciso antes aprender a bebê-las, degustá-las,descobrir os seus becos, seus meandros, seus aromas secretos de palavras, saber esperar a sua hora minúscula, oculta, seus caramelos congelados que esperam a chegada da primavera para transformar-se de novo em palavras pétreas e poder significar.

sábado, 24 de maio de 2008

De manhã


Os sinos dobram

Aos meus ouvidos,
os sinos dobram
e as caldeiras fervem

Aos meus ouvidos,
os sinos dobram,
as caldeiras fervem
e os carros buzinam.

Aos meus ouvidos,
os sinos dobram,
as caldeiras fervem,
os carros buzinam
e os alarmes disparam

Aos meus ouvidos,
os sinos dobram,
as caldeiras fervem,
os carros buzinam,
os alarmes disparam
e as sirenes explodem


Aos meus ouvidos,
os sinos dobram,
as caldeiras fervem,
os carros buzinam,
os alarmes disparam,
as sirenes explodem
e você beija minha orelha...

Silêncio

Ainda é cedo...
Me abraça forte.


Deisi Moura Rodrigues
poetisa gaúcha

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Quem sou eu

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Pelotas, RS, Brazil
Quem sou eu? Pois começo a pensar: como Leolo, não o sou, porque eu sonho. Parce que moi, je rêve. Je ne le suis pas. Abdico do reinado de ser para estar um rio: um poderoso rio castanho, taciturno, indômito e intratável... O aroma das uvas sobre a mesa de outono. O seu estuário onde a estrela-do-mar, o caranguejo e o espinhaço da baleia são arremessados para a pulsação da terra. Tudo tange e vibra. Fora isso, há esse tempo de agora, ex nihilo, mastigando algum pedaço de silêncio enquanto a poesia vibra. Desse mim, não há muito o que dizer, mas certamente há muito o que inventar.

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