As palavras são como vinho, é preciso beber para sabê-las. Mas, não é tão simples, é preciso antes aprender a bebê-las, degustá-las,descobrir os seus becos, seus meandros, seus aromas secretos de palavras, saber esperar a sua hora minúscula, oculta, seus caramelos congelados que esperam a chegada da primavera para transformar-se de novo em palavras pétreas e poder significar.

sábado, 24 de maio de 2008

Aqui no peito

Gostaria de falar
do quanto estou bem
de tanto ser forte
porque cada momento é só aquilo
e em nada mais se perde.
E que ficar só faz bem
já que em tudo me acho
e que a nossa primavera
desceu serena o riacho

Mas a viagem não foi aquilo
e a vantagem da solidão
que afinal não podia ser
foi chegar à conclusão
que há muito pra sofrer

Da dor se faz a rima
no nevoeiro da noite
que arrasta pelos esgotos
sapatos velhos
e latas de coca-cola

Minha mente flutua
nas galerias subterrâneas.
sinto medo –
Há ratos por todo lado.

Quero que me perdoes
e que saibas sofrer
até que eu retorne

Transito numa viagem insana -
Aeronave desgovernada...
Redemoinho

Há o que temer.
Logo, existo.

Sinto uma dor aqui no peito, amigo...
Acho que sabes do que estou falando.

Deisi Moura Rodrigues
poetisa gaúcha

Um comentário:

  1. oi adorei o poema acho q conheço a autora, é a Deise Moura Rodrigues professora? de Pelotas?
    por favor me responda para paulaosandim@yahoo.com.br se for ela fui aluno dela de filosofia quero mais poemas intensos como esse..obrigada...

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Quem sou eu

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Pelotas, RS, Brazil
Quem sou eu? Pois começo a pensar: como Leolo, não o sou, porque eu sonho. Parce que moi, je rêve. Je ne le suis pas. Abdico do reinado de ser para estar um rio: um poderoso rio castanho, taciturno, indômito e intratável... O aroma das uvas sobre a mesa de outono. O seu estuário onde a estrela-do-mar, o caranguejo e o espinhaço da baleia são arremessados para a pulsação da terra. Tudo tange e vibra. Fora isso, há esse tempo de agora, ex nihilo, mastigando algum pedaço de silêncio enquanto a poesia vibra. Desse mim, não há muito o que dizer, mas certamente há muito o que inventar.

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